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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Por que não gosta de ler?



Pense no seguinte fato: ao entrar em uma turma de crianças entre 3 e 5 anos você percebe o prazer que têm ao manusear um livrinho de histórias, há aquelas que, apesar de ainda não saberem ler, passam o dedinho pelas palavras e inventam, de acordo com as gravuras, contos fantásticos. Nesta mesma escola, ao entrar em uma turma de adolescente de 13 e 14 anos, você pergunta quantos têm o hábito da leitura e o que acontece? Fica perplexo ao saber que não chega a 20% dos alunos. O que aconteceu? O que foi feito, então, para que o gosto pela leitura se dissipasse?
A resposta está na forma como foi trabalhada a leitura durante do primeiro segmento do Ensino Fundamental. Por ser vista como a mais prática pela grande maioria dos educadores por causa da sua característica predominante que é a imediata interpretação de símbolos e conhecimento do significado das palavras, a concepção reduzida de leitura, torna-se o alvo certo na escolha do “como trabalhar a leitura na sala de aula”. O uso pedagógico da leitura da forma tradicional que faz os alunos lerem um livro pela obrigação da prova que irão fazer, inibe o gosto pela leitura, já que a preocupação maior se centraliza em como responder o que é esperado pelo professor. O que dizer então quando tudo isso mistura-se ao fato das crianças terem que ler o que lhes é imposto pelo professor que, muitas vezes, no momento de escolher os livros não tem muitas opções já que a pronta entrega é o critério principal na maioria das escolas.

            Vejamos agora outra situação: e se os alunos tivessem garantidos os 10 direitos imprescritíveis do leitor, escritos por PENNAC em seu livro Como um romance, a começar pelo direito de não ler?! Como a escola reagiria ao perceber que pular as páginas pode fazer parte do princípio do prazer?  O que fariam os professores ao se depararem com alunos escolhendo o que e onde ler? Imagine a cena: “Professora, eu queria ler este livro em voz alta para os meus colegas, mas tem que ser lá no refeitório, na hora do lanche! ”
            Ah, se respeitássemos a amplitude das interpretações dos alunos e não a usássemos somente para fins ortográficos e gramaticais, assim teríamos, como diz Vânia Maria Resende, a leitura como um ato de abertura para o mundo.

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